23/04 - 23h08
Vinícius Valfré | CBN Vitória (93,5 FM)
vpereira@redegazeta.com.br
Uma audiência pública para discutir o rastreamento eletrônico dos táxis da capital, realizada na Câmara de Vereadores de Vitória, nesta segunda-feira (23), foi marcada por bate-boca entre taxistas e representantes da prefeitura e de empresas de monitoramento. A categoria pede que o uso do "botão do pânico", acionado em casos de assalto ou sequestro, seja facultativo porque, segundo eles, o serviço é caro e não funciona.
Cerca de 40 taxistas participaram do debate. Os profissionais pagam entre R$ 70 e R$ 90 para que o táxi seja monitorado, o que é obrigatório em Vitória desde 2010. As empresas prometem acionar a Polícia Militar a partir do chamado de emergência dos taxistas. A resposta é dada em no máximo 3 minutos.
É o que afirma o engenheiro eletricista Cândido Brito, representante de uma empresa de monitoramento que participou da audiência. Ao fazer a afirmação, foi calado pelos gritos de descontentamento dos taxistas.
Fábio Danieleto, de 56 anos - há 14 na profissão -, conta que ele e vários outros colegas já precisaram acionar o "botão do pânico", mas não obtiveram retorno. Na opinião dele, deveria ser escolha do trabalhador contratar ou não o serviço de rastreamento.
"Peguei um passageiro na Avenida Vitória, ia para Itararé. Pensei que fosse um assalto e acionei o "botão do pânico" pensado que teria alguma resposta, mas nada aconteceu. Deveria ser facultativo. Esse equipamento não funciona", afirmou.
Os motoristas de táxis reivindicam o fim da obrigatoriedade da instalação do "botão do pânico" nos veículos para deixarem de pagar a mensalidade cobrada pelo serviço. A reivindicação foi bem acolhida pela Secretaria Municipal de Transportes. Para o subsecretário da pasta, Léo Carlos Cruz, o fim da obrigatoriedade depende de mudança na legislação.
"Essa não obrigatoriedade, para a secretaria de transportes, não teria nenhum problema porque o objetivo da secretaria com o sistema de monitoramento é a melhoria da gestão do serviço", afirmou.
Ao admitir, na audiência, que o rastreamento é usado somente para para gerir o sistema de táxis, e não para promover segurança aos taxistas, o secretário de Transportes Domingos Gava teve a fala interrompida por novo protesto dos taxistas no plenário da Câmara. Os profissionais argumentam que, por se tratar de uma ferramenta utilizada em benefício da Secretaria, deveria ser paga pela prefeitura.
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Outra insatisfação dos taxistas é com relação a mensalidade paga por um serviço não utilizado. Para o representante da empresa, porém, o fim da obrigatoriedade do "botão do pânico" não acarrateria desconto nas mensalides, já que valor é determinado pelo monitoramento via satélite, e não pelo botão.
O vereador Sérgio Magalhães, o Serjão (PSB), que mediou a audiência pública, afirmou que pretende se reunir com o secretário de Transportes para verificar de que forma o Executivo municipal usa o sistema de rastremanto de táxis. Na opinião do vereador, se a Secretaria usa, de fato, somente para gerir o sistema, deveria arcar com as despesas.
Teste
Em outubro do ano passado, a reportagem da Rádio CBN testou o "botão do pânico" em um táxi da capital. O dispositivo foi acionado às 9h13, mas a empresa responsável pelo monitoramento dos chamados de emergência do veículo não atendeu ao chamado.
Fonte: Gazeta on line Rádio CBN
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