03/12/2012 - 20h36
- Atualizado em 03/12/2012 - 21h24
Ordem de serviço de casas na localidade de Nova Esperança será assinada em 14 de dezembro
Fiorella Gomes
Cerca de 100 pessoas acampam em frente à Secretaria de Obras
de Aracruz, no Norte do Espírito Santo, desde o meio-dia desta
segunda-feira (03). São manifestantes que estão desalojados há pouco
mais de um ano e meio, após ação de reintegração de posse na localidade
de Nova Esperança, em Barra do Riacho. O protesto é para reivindicar a
entrega de moradias populares a 313 famílias que moravam na área
desocupada, o que deveria ter sido feito em novembro.
Segundo o coordenador estadual do Movimento Nacional da Moradia,
Valdinei Tavares, após duas horas de reunião entre representantes da
Prefeitura de Aracruz e a empresa responsável pela construção das casas,
ficou acordado que a ordem de serviço das obras será assinada no dia 14
de dezembro.
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O dirigente informou que a área para a construção das 526 casas será limpa ainda nesta terça-feira (04). Os manifestantes prometem deixar a frente da Secretaria de Obras ainda esta noite. "Combinamos em liberar a área que ocupamos hoje, mas se no dia 14 de dezembro a ordem de serviço não for assinada, a Prefeitura já está avisada que vamos construir as nossas casas por conta própria", disse Tavares.
Prefeitura alega dificuldade da construtora
A Prefeitura de Aracruz informou que a empresa ganhadora da licitação estava com dificuldade de atender algumas exigências da Caixa Econômica Federal. Mas ressalta que o processo está em andamento e que ainda esta semana a Caixa deverá assinar a ordem de serviço para início das obrasem Barra do Riacho.
Sobre os aluguéis sociais, a Secretaria de Habitação (Semha) de Aracruz informa que estão sendo pagos, mas os beneficiados devem apresentar os documentos exigidos.
Relembre o caso
Em 18 de maio de 2011, 1,6 mil moradores de uma área ocupada, cerca de 102 mil m², em Barra do Riacho, foram desalojados por cerca de 400 policiais do Batalhão de Missões Especiais (BME) da Polícia Militar, após a Justiça conceder à Prefeitura de Aracruz reintegração de posse. A área foi ocupada sob alegação das famílias de que um projeto para construção de casas populares não saiu do papel.
Os moradores fecharam a entrada do bairro durante a ação. Os
policiais, então, lançaram bombas de efeito moral para espalhar as
famílias, que revidaram com foguetes. Na ação, os policiais tiveram
apoio de cães, cavalos e até de um helicóptero. Depois da confusão,
máquinas da Prefeitura começaram a demolir as casas. Na tarde do mesmo
dia, policiais ainda circulavam pelas ruas. Com medo, vários moradores
saíram correndo.
A área, que chegou a ser batizada pelos moradores como bairro Nova
Esperança, seria utilizada para a construção de 200 casas do Programa
Minha Casa Minha Vida. As obras, de acordo com a Prefeitura, teriam
início ainda em 2011. A Prefeitura havia conseguido um mandado judicial
de reintegração de posse da área pública há cerca de seis meses.
Fonte: Gazeta On line
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