sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Projeto social de surf muda o rumo de uma comunidade... Titanzinho no Ceará disse não ao boom da economia!

Amigos, ano passado vi e ouvi falar sobre a comunidade do Titanzinho no Ceará, através do Programa Globo Esporte. Na hora identifiquei vários pontos em comum com nossa comunidade de Barra do Riacho e também claro logo me veio a cabeça o Projeto do meu amigo Cristiano Alvarenga com sua Escola de Surf.
O que se passou lá também está acontecendo aqui em nossa comunidade, os exemplos são próximos senão idênticos. Hoje temos a Escolinha de Surf como sendo uma boa referência para crianças, adolescentes e jovens da comunidade, mais que como lá no Ceará está ameaçada pelos grandes empreendimentos.
O progresso está chegando e com muita rapidez, porém a comunidade não está preparada para recebê-lo. O impacto direto é muito grande e faz-se necessário investimentos em saúde, educação, habitação, infra-instrutura, segurança entre outros.
Os empreendimentos chegam com grandes promessas, mais o vemos nem sempre é o acertado entre ambas as partes por volta da implantação dos mesmos.
Uma comunidade unida tem sua força isso é fato! Não somos contra a expansão econômica somente queremos que seja realizada com responsabilidade, transparência, honestidade e compromisso.

Então para esclarecer mais sobre esse assunto trouxe algumas matérias sobre a Comunidade do Titanzinho que unida, mostrou sua força e conseguiu fazer sua escolha perante o boom da economia. Se foi a melhor escolha só o tempo dirá. Mais de momento foi a escolha de uma comunidade inteira, certa de sua cultura, de seu valor e responsabilidades.


Boa leitura... 

Construção do Estaleiro no Titanzinho é ilegal e afronta história das comunidades


Enquanto o governador Cid Gomes é enfático em afirmar que o estaleiro só pode ser construído na praia do Titanzinho, as comunidades organizadas do Serviluz, em Fortaleza, continuam com mobilizações alertando a toda a sociedade que a proposta de construção do empreendimento é ilegal, pois fere o Plano Diretor, já aprovado no final do ano passado pela Prefeitura de Fortaleza, em amplo debate com setores dos movimentos sociais. Além disso, o projeto ambicioso do Governo do Estado não leva em consideração os aspectos culturais, sociais e ambientais que permeiam o cotidiano de milhares de moradores e moradoras do Serviluz.
Esta atitude – afirmam os movimentos – só evidencia o despreparo e a falta do compromisso do governo Cid para com os seus eleitores e para com a população da capital cearense. Mostra, ainda, que o governador e seus assessores não conhecem a realidade não só do Titanzinho, mas de todas as outras comunidades que estão na periferia da cidade.
“Criar um projeto desse porte dentro de uma comunidade com forte valor histórico e cultural é uma falta de respeito. Entendemos que o projeto pode trazer benefícios econômicos para o estado, mas por conta disto, ele não poderá passar por cima da história e cultura das pessoas, cujos valores não são estimados em dinheiro”, disse Lucimeire Calandrini, do Movimento dos Conselhos Populares.
Resultado de uma luta que levou quase seis anos para se concretizar, o Plano Diretor da Cidade de Fortaleza coloca o Serviluz como Zona Especial de Interesse Social (Zeis). Dentro dessa proposta, a área está aberta para investimentos em regularização fundiária. Nesse caso, seria obrigação do governo fomentar o reconhecimento, a cultura e a sustentabilidade do local e não destruí-lo com propostas ditadas por interesses econômicos alheios às reais necessidades das comunidades.
Pesa ainda sobre a construção do empreendimento a questão ambiental. Ponto de encontro para surfistas, a praia serve de espaço para atividades do surfe, algumas inclusive beneficentes que atendem à crianças e adolescentes da área. Teme-se que a efetivação do projeto altere o curso natural das ondas. O estaleiro também comprometeria os trabalhadores e trabalhadores que vivem da pesca.
Vale salientar que tanto a Semace como a Semam já foram orientadas pelo Ministério Público Federal a não conceder qualquer tipo de licença ambiental que permita a execução da obra, até que o assunto seja investigado de forma devida.
“O Serviluz que queremos”
No próximo dia 27 de fevereiro, organizações do bairro realizam o seminário “O Serviluz que queremos”. A ideia é centrar as discussões em temas que interferem diretamente no dia a dia das comunidades e reforçar o processo de formação para a constituição do Conselho Gestor do Plano Diretor da cidade.
De acordo com o Movimento dos Conselhos Populares, enquanto Conselho Gestor e representante dos movimentos populares engajados na defesa do Titanzinho, não será permitido, em nenhuma hipótese, a construção do estaleiro. “O governo não pode passar por cima de um a lei já aprovada”, afirmou. Acrescentou que é preciso fazer pressão para que o decreto que regulamenta o Conselho Gestor seja baixado.
Abaixo, a carta em repúdio à construção do estaleiro:
CARTA ABERTA DAS ORGANIZAÇÕES POPULARES DO SERVILUZ DE REPÚDIO A INSTALAÇÃO DE UM ESTALEIRO NO BAIRRO SERVILUZ
As organizações populares do Serviluz vêm reafirmar sua rejeição a instalação de um estaleiro no nosso bairro, destruindo a praia do Titanzinho. Na semana que passou vimos uma série de informações sobre o assunto na imprensa. Segundo noticiado, o governador afirmou que o empreendimento não trará impactos ambientais e sociais. É mentira. É consenso entre os ambientalistas sérios da cidade que o impacto será imenso e não afetará somente o Serviluz mas toda a orla de Fortaleza. Quanto aos impactos sociais, estes são óbvios – removerá famílias, afetará práticas esportivas e culturais, destruirá ainda mais a identidade e os laços comunitários, inclusive porque o governo aposta na divisão e no confronto na comunidade para fazer valer sua vontade.
Faz tempo que pedimos melhorias para o bairro. Agora, o governador diz que se tiver o estaleiro investirá em saneamento básico, trabalho e esporte. Será que o governador não conhecia as carências do bairro ou será que ele está querendo nos chantagear e dizer que só investe se aceitarmos o estaleiro? Bastava ele investir os 60 milhões de reais que vai doar à PJMR (uma empresa privada) em infra-estrutura urbana e social que seria uma verdadeira revolução de melhorias no bairro. As melhorias que o bairro precisa deveriam ser obrigação do Estado e não um capricho autoritário do governador.
O povo não é bobo. Sabemos que o Serviluz é uma Zona Especial de Interesse Social. Sabemos que o Plano Diretor define o Serviluz como área prioritária para investimento em regularização fundiária e infra-estrutura. Exigimos o cumprimento da lei. Pedimos à Prefeitura, Câmara de Vereadores e Ministério Público que defendam o meio ambiente e os direitos conquistados pela comunidade. Estamos prontos para lutar pelo Serviluz que queremos.
Assinam:
Escolinha Beneficente de Surf do Titanzinho
Escola de Surf Aloha
Titanzinho Surf Clube
Assoc. dos Moradores do Serviluz
Assoc. Comunitária Vila Mar
Assoc. Comunitária dos Moradores do Titanzinho
Assoc. dos Moradores do Farol do Mucuripe – ASMOFAM
Assoc. Beneficiente Povo de Deus Casa de Nazaré
Ong. Serviluz Sem Fronteiras
Movimento dos Conselhos Populares – MCP Serviluz
Contato: Movimento dos Conselhos Populares Meire (85) 9983 5589 Pedro (85) 8775 9305 Igor (85) 8736 2687.
Fonte: AnotE

Comunidade do Titanzinho enfrenta dificuldades
21 / Ago / 2011Fortaleza - Ceará
por globoesporte.com
Ações sociais de surfistas e moradores tentam mudar cenário de violência, pobreza e descaso na praia cearense que revelou alguns dos melhores surfistas do estado Praia do titanzinho, em Fortaleza, Ceará, é o celeiro de grandes talentos do surfe do estadoSurfe no Titanzinho, Fortaleza, Ceará. 
Uma comunidade com cerca de 20 mil habitantes, em Fortaleza, no Ceará, que enfrenta problemas sociais graves, como o alto índice de criminalidade e a pobreza. Retrato fiel de muitas localidades no Brasil, não fosse essa um dos maiores celeiros de do surfe nacional. A praia do Titanzinho é o berço de Tita Tavares, Fábio Silva, Pablo Paulino, André Silva e muitos outros nomes que renovam o esporte no país há mais de 30 anos. 
Ao lado do porto da cidade, o Titanzinho fica praticamente escondido entre os principais cartões-postais da capital cearense. Os problemas de saneamento básico, urbanização, violência e pobreza afastaram os turistas. Apesar das dificuldades, os moradores se orgulham dos ídolos locais que viraram exemplo no surfe mundial e tomam isso como um estímulo para mudar a comunidade através do esporte.
Tita Tavares acumula quatro títulos brasileiros e carrega o Titanzinho no nome. A surfista ainda mora na comunidade e não desistiu de sonhar com um futuro melhor:
- O Titanzinho foi onde nasci e aprendi a surfar. Comecei com cinco anos de idade. Acho que o Titanzinho tem que ser reconhecido, tem que ter uma melhoria em vários aspectos do bairro - disse Tita.
A Escola Beneficiente de Surfe do Titanzinho é uma das iniciativas para tentar modificar a realidade do local e, ao mesmo tempo, levar adiante a história vitoriosa da comunidade, renovando os talentos a cada dia.
- A realidade do Titanzinho é a segregação social porque o poder público não investe em infraestrutra, em educação, em escolas profissionalizantes. E como todo o país, como o mundo, a droga e a violência têm tentado dominar. Graças a Deus existem pessoas qualificadas que amam o esporte para trabalhar. Antes de tudo, nosso objetivo é resgatar a cidadania atráves do surfe. De segunda a sexta eles têm aula de surfe, sábado tem aula de ioga e inglês. As nossas pranchas são fruto de doação - disse o coordenador João Carlos Fera.
O surfista profissional André Silva encontrou no cinema uma forma de ajudar o lugar de onde veio. Ele e a namorada Lee-Ann Curren, filha do lendário tricampeão mundial Tom Curren, produziram um documentário que retrata a realidade do Titanzinho. Dificuldades sociais e o surfe como esperança de escapar da pobreza.
As dificuldades na comunidade do Titanzinho
Apesar de várias ações sociais em prol do Titanzinho, em 2010 a praia esteve ameaçada com a proposta da construção de um estaleiro. A discussão provocou polêmica entre as autoridades locais. O empreendimento acabaria com a praia e significaria a remoção de toda a comudidade. Mas os moradores reagiram, se organizaram e chamaram a atenção em um vídeo. A pressão fez o projeto ser transferido para outro local e novas promessas de urbanização foram feitas.
Até hoje nada mudou. O Titanzinho voltou a ser notícia na imprensa, mas não por causa do surfe. Em março deste ano, a violência chocou o lugar com o assassinato de Thiago Dias, surfista revelação de apenas 20 anos. O crime aconteceu na areia da praia, em plena luz do dia, quando o atleta se preparava para treinar.
Conhecido pelas manobras aéreas e arrojadas, Thiago não tinha antecedentes criminaise nem envolvimento com o tráfico de drogas. Dois meses depois, o crime continua sem solução para família e amigos.
A esperança nas crianças
O descaso social e os problemas enfrentados pela comunidade não impediram que o Titanzinho continue revelando nomes para o surfe brasileiro. A nova geração aproveita o "quintal" de casa para aprender os primeiros passos nas ondas e aperfeiçoar as técnicas da modalidade.
A pequena Juliana Souza, de 11 anos, é a atual campeã cearense amadora. E ela compete com mulheres de todas as idades. Já Davi Sobrinho, 12 anos, é o líder do circuito brasileiro de iniciantes. O futuro do Titanzinho já sabe o que quer e onde quer:
- Mais oportunidade para todo mundo. Não me vejo em outro lugar, esse aqui é meu mundo - finalizou Davi.

Vitória no Titanzinho
Lula veta construção de estaleiro
Por Marcela Pimenta em 15/07/10 23:01 GMT-03:00

Comunidade do Titanzinho comemora embargo de estaleiro no pico. Foto: Arquivo Pessoal André Silva.
Depois de um ano de protestos, a construção de um estaleiro na comunidade do Titanzinho, Fortaleza (CE), foi vetada pelo Governo Federal.

O embargo da obra foi uma vitória para a comunidade e a prefeita da cidade, Luizianne Lins (PT), conseguiu uma promessa de paralisação durante reunião com o presidente Lula. 

O grande aterro incluiria a praia do Titanzinho, região extremamente pobre de Fortaleza, onde o surf é a única forma de lazer para as crianças. 

De acordo com a prefeita, o local não tem estrutura para receber a construção. A obra iria aterrar parte da orla, o que é inviável para um lugar onde o turismo é base da economia local.  

Das ondas do pico saíram nomes consagrados do surf nacional como Tita Tavares, Fabio Silva, Pablo Paulino, Lucinho Lima e André Silva. 

Na comunidade, existem três projetos no qual as crianças recebem todo aparato necessário para a prática do esporte. E quem for mal na escola, não surfa. 

Para André Silva, surfista profissional e que dropou suas primeiras ondas no Titanzinho, a notícia foi um alívio. “Foi bom saber que depois de muita luta a comunidade venceu e conseguiu embargar a obra”, diz André.

André afirma que a região é carente de áreas de lazer e escolas. "Lá não existe quadra ou uma praça, somente o mar", ressalta o atleta. "Foi  fundamental o apoio da prefeita, já que o governador era a favor do projeto”, completa o surfista.

Nascido na favela do Titanzinho, André junto a sua namorada Lee-Ann Curren, produziu recentemente um documentário chamado Titan Kids. O filme exibe um pouco da realidade da comunidade e como o surf faz parte da vida dos moradores do local. 

Clique aqui para ver no You Tube a reportagem sobre o tema com a prefeita de Fortaleza Luzianne Lins.


Bom é isso... Aguardo seus comentários...

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