A Jurong
está na briga para montar quatro navios-plataforma do tipo FPSOs no
Estaleiro Jurong Aracruz (EJA), empreendimento cujas obras devem começar
em julho próximo, com início da operação marcado para o terceiro
trimestre do ano que vem. As embarcações, usadas na exploração,
armazenamento e escoamento da produção de petróleo e gás, são encomendas
da Petrobras.
O resultado
do primeiro chamamento, que envolve duas FPSOs, deve sair até o final
deste mês. Nesse caso, a Jurong construiria os 14 módulos, sete para
cada plataforma, e faria a integração.
Os cascos
estão sendo tocados pelo estaleiro da Engevix, no Rio Grande do Sul, e
devem ser entregues no segundo semestre de 2013.
A segunda
licitação, que ainda está sendo iniciada, é ainda maior. Envolve a
construção de 36 módulos, 18 para cada FPSO, a adaptação – conversão na
linguagem técnica – do casco e a integração desses módulos.
Essas duas
embarcações serão destinadas aos campos da cessão onerosa, no pré-sal da
Bacia de Santos. Os valores dos contratos não foram revelados, mas, se
seguirem a média das últimas FPSOs, cada um dos quatro deve beirar US$ 1
bilhão (R$ 2 bilhões).
As
informações são do Presidente da Jurong no Brasil, Martin Cheah, que
ontem se reuniu com a comitiva capixaba comandada pelo Governador Renato
Casagrande na matriz da Jurong, em Cingapura.
“No caso da
primeira licitação, fizemos uma boa proposta e temos boas chances. No
segundo caso, o processo ainda está começando, mas fomos chamados
novamente e faremos nossa proposta”, afirmou Cheah.
Confirmada a vinda das FPSOs, o estaleiro de Aracruz, mesmo antes de ter as obras iniciadas, já terá bons contratos a cumprir.
Está sob a
responsabilidade dos cingapurianos a construção da primeira sonda
brasileira de perfuração de poços petrolíferos, um contrato de US$ 792,2
milhões. Além dessa, os executivos esperam da Petrobras a confirmação
da construção de outras cinco sondas em Aracruz.
“A Petrobras
está iniciando uma auditoria para ver se os estaleiros sairão do papel.
Quando forem ao EJA, mostrarei que o cronograma está sendo seguido e
que temos expertise suficiente para tocarmos todos os projetos. Espero
que as cinco cartas de intenções assinadas virem contratos o mais rápido
possível”, disse Cheah. O Governador Renato Casagrande gostou do que
ouviu. “A Petrobras de fato está preocupada com essa história de
estaleiro virtual e com a falta de expertise de alguns deles. Estive com
Graça Foster (Presidente da estatal) há duas semanas. É essencial que
as obras do estaleiro de Aracruz comecem já em julho”.
Casagrande
ficou satisfeito com a informação da vinda de novas unidades. “Com seis
sondas e quatro plataformas, temos trabalho para 6 mil pessoas nos
próximos dez anos”.
O
investimento da Jurong no EJA será de R$ 500 milhões. Serão 2,5 mil
trabalhadores nas obras e 6 mil na operação. Com a possibilidade de
demanda alta já no início das operações, o projeto pode acabar ampliado.
O dique seco, originalmente com uma extensão de 385 metros, pode chegar
aos 550 metros. O cais pode passar de 740 metros para 1.140 metros
Estado no páreo por estaleiros
Antes de
visitar as instalações da Jurong ontem, o governador Renato Casagrande
tomou café da manhã com executivos da Singapore Technologies Engineering
e ouviu deles a intenção de montarem um estaleiro especializado na
construção de navios de suprimento às plataformas de petróleo e gás no
Brasil.
Convidado
pelo governador, o Presidente da companhia, Tan Peng Hock, disse que irá
ao Estado em outubro avaliar as possibilidades. O Governo irá oferecer
aos cingapurianos parcerias com empresas já instaladas no Estado.
Quem também
irá ao Espírito Santo é o Secretário-Geral do Comitê Olímpico de
Cingapura, Chris Chan. Ele recebeu bem a oferta de Casagrande para que
os atletas cingapurianos façam a aclimatação antes das Olimpíadas de
2016 no Rio de Janeiro, em Vitória. Ele marcou para setembro sua ida ao
Estado.
Ainda ontem,
o Governador reuniu-se com os ministros de Comércio e Indústria, Lee Yi
Shyan, e de Transportes, Lui Tuck Yew, que também é o Segundo Ministro
das Relações Exteriores de Cingapura.
Sonda brasileira já começou a ser construída em Cingapura
A primeira
sonda brasileira de perfuração, encomendada ao Estaleiro Jurong Aracruz,
já começou a ser fabricada numa das plantas da companhia em Cingapura.
Com a
obrigação de entregar o equipamento em 2015, e sem local para tocar o
projeto no Brasil, o jeito foi dar o pontapé inicial na Ásia.
A previsão é
de que 10% dessa primeira sonda seja feita nem Cingapura e o restante
no Brasil. Segundo Martin Cheah, presidente da Jurong do Brasil,
trata-se de um caso isolado.
Peças
Com relação
às peças usadas na fabricação do equipamento, o executivo disse que a
tendência é de que o conteúdo local vá aumentando com o passar do tempo.
“Na primeira
sonda, teremos 55% de peças nacionais. Na segunda e terceira sondas,
60%. Da quarta em diante, teremos 65% de conteúdo local”, assinala
Cheah.
Com as informações – Abdo Filho / A Gazeta
Por Rodrigo Cintra
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