quinta-feira, 24 de outubro de 2013

11 carreiras que vão bombar com a exploração do pré-sal

13 - 11h40 - Atualizado em 24/10/2013 - 00h47
De geólogos e engenheiros de perfuração a oficiais de náutica, profissionais podem ganhar até R$ 50 mil

De 2014 a 2017, o setor que vai liderar a atração de investimentos na indústria será o de petróleo e gás. Segundo o BNDES, em 4 anos, 458 bilhões de reais serão destinados a exploração e produção de óleo e gás, refino, distribuição e logística. A alta é de 47%, na comparação com o período de 2009 a 2013, e os dados são relativos aos pedidos de empréstimo ao BNDES e planos de negócios das empresas do setor, sobretudo a Petrobras.
E o pré-sal só representa uma pequena parcela desses investimentos projetados, segundo o BNDES. Para se ter uma ideia, o Campo de Libra - que está no centro das atenções e é primeiro contemplado pelo leilão do pré-sal – nem teve os investimentos contabilizados pelo banco, já que ainda inexiste um plano de negócios para explorar a área, por enquanto.

Isso significa que as cifras vão aumentar consideravelmente com a entrada do pré-sal nos cálculos dos investimentos. “Especula-se que serão 18 plataformas no Campo de Libra, então com certeza vai ter muita movimentação no mercado”, diz Caio Mase, gerente da Robert Walters do Rio de Janeiro.

E com as atenções voltadas à exploração do Campo de Libra, leilão vencido agora há pouco pelo consórcio composto pela Petrobras (10%), Shell (20%), Total (20%), CNOOC (10%), e CNPC (10%), muitas carreiras ligadas a esta área devem despontar no mercado brasileiro nos próximos anos, diz ele. “Sobretudo as empresas chinesas (CNOOC e CNPC) vão entrar sem estrutura no país, então vão precisar estruturar a parte de operações, esta em maior volume, e de negócios também”, diz Mase. De acordo com ele, quem tem experiência em pré-sal e conhece a região de exploração vai sair na frente.

“Temos que pensar que, do momento da licitação até o primeiro barril extraído de óleo, passam de 6 a 10 anos, o que dá tempo para o Brasil formar profissionais”, diz Bruno Stefani, gerente da divisão de óleo e gás da Michael Page.

EXAME.com consultou dois especialistas em recrutamento no setor de óleo e gás para saber quais serão os profissionais mais requisitados pelo setor em cada uma das fases da cadeia de produção. Confira:

Veja as profissões em alta:

Geólogos

Com formação em geologia, esse profissional vai estudar as características da área potencialmente explorável. “Assim que sai da faculdade, o geólogo vai buscando especializações e começa a ramificar a atuação”, diz Stefani.

Salário: em início de carreira, geólogos têm remunerações entre R$ 6 a R$ 8 mil.

Geofísicos

São profissionais de formação em geologia e com especialização em geofísica. “Se são empresas em operação inicial no Brasil, geralmente vão buscar alguém com mais experiência, que conheça a geologia das áreas”, diz Stefani. Companhias já estruturadas como a Shell ou a BP dão mais espaço para profissionais de menor senioridade.

Salário: varia bastante. Para quem tem menos experiência, varia de R$ 8 mil a R$ 12 mil. Profissionais experientes podem ter salários acima de R$ 30 mil.

Petrofísicos

Profissionais de geologia especializados em petrofísica também são bastante demandandos nesta fase de investigação. Novamente, explica Stefani, dependendo da empresa, a busca pode ser por profissionais mais ou menos experientes e isso vai influir diretamente na remuneração.

Salário: Nível júnior de R$ 8 a R$ 12 mil. Com certo tempo de experiência na função, a remuneração pode variar entre R$ 12 mil e R$ 15 mil e profissionais de alto nível de senioridade chegam a ganhar entre R$ 35 mil e R$ 45 mil.

Engenheiro de perfuração

A formação em engenharia é obrigatória, mas a habilitação pode variar bastante entre os profissionais desse ramo, segundo Stefani. “Pode ser um engenheiro mecânico, civil, eletricista, entre outras habilitações. A formação é bem ampla”, diz o gerente da Michael Page. Como não existe pós-graduação em engenharia de perfuração, a especialização nesse ramo é “on the job”. “O profissional pode ter pós-graduação em petróleo, mas geralmente é uma pessoa que adquiriu experiência trabalhando para prestadoras de serviço para a indústria de óleo e gás”, diz Stefani. Segundo ele, a grande escola dos engenheiros de perfuração costuma ser a experiência em turnos off-shore nas empresas prestadoras de serviço.

Salário: nível júnior, com experiência de até 5 anos, tem remuneração fixa variando entre R$ 8 mil e R$ 12 mil. “Mas é um profissional que fica embarcado, há adicionais que podem dobrar o valor do salário”, diz Stefani. Profissionais experientes chegam a ganhar mais de R$ 30 mil mensais.

Gerentes de perfuração

Formação técnica é a mesma do engenheiro de perfuração, o que diferencia é a função de gestão. “É um engenheiro de perfuração que foi ganhando experiência técnica suficiente para ser um gestor”, diz Stefani. O cargo é destinado, diz o gerente da Michael Page, a profissionais com mais de 45 anos, já que, geralmente, a experiência necessária é gira em torno dos 20 anos.

Salário: como são profissionais de nível sênior, o salário pode ultrapassar os R$ 30 mil. “Mais isso vai variar de acordo com o porte da empresa”, diz Stefani.

Gerente de contratos

Formação em engenharia é fundamental para gerenciar contratos de todos os tipos no setor de óleo e gás. O cargo, por ser de gestão, pede experiência técnica. “São engenheiros que já foram de perfil mão na massa e hoje estão em cargo de gestão”, diz Stefani. Das carreiras que despontam nesta fase de projetos, esta é a mais “global”. “O gerente de contratos cuida de todas as disciplinas abaixo dele”, explica o gerente da Michael Page. Por exemplo, um projeto de construção de uma embarcação de produção e armazenagem de petróleo, uma FPSO (Floating Production Storage and Offloading) - que é, na verdade, uma grande planta química, só que a 200 quilômetros da costa – o gerente de contrato olha para o todo. “Ele é o dono de toda a embarcação, responsável por um contrato de 1 bilhão, por exemplo, e deve conhecer bem todas as fases do projeto”, explica Stefani.

Salário: vai variar de R$ 15 mil a R$ 40 mil, dependendo do porte da empresa e do nível de senioridade.

Gerente de projeto

É o gestor responsável por projetos específicos dentro da planta de exploração. Formação também em engenharia e experiência prévia são fundamentais para este cargo.

Salário: vai variar de R$ 15 mil a R$ 40 mil, dependendo do porte da empresa e do nível de senioridade.

Gerente de engenharia

É quem vai comandar a equipe de engenheiros nos projetos que podem abarcar desde a tubulação da embarcação FPSO como também a parte mecânica, elétrica, entre outras. Como ocorre com os outros cargos de gestão em óleo e gás já citados, ter experiência na área vai fazer toda a diferença para garantir uma oportunidade nesta posição.

Salário: vai variar de R$ 15 mil a R$ 40 mil, dependendo do porte da empresa e do nível de senioridade.

Gerente de operação

Formação em engenharia. Diversas habilitações profissionais se encaixam no perfil do gestor de operações. “Há movimentos no mercado de ir buscar esses profissionais na indústria química e petroquímica”, diz Stefani. É um cargo com alto grau de responsabilidade, lembra o especialista da Michael Page, já que é o profissional responsável por gerenciar toda a planta química off-shore que é a FPSO. Por isso a experiência é o diferencial para garantir a vaga.

Salário: profissionais com 10 anos de experiência ganham, em média, R$ 35 mil. Quanto maior o tempo de experiência, maior o salário, que pode chegar a R$ 50 mil, de acordo com o gerente da Michael Page.

Gerente de plataforma

Formação em engenharia e experiência prévia são mandatórias para o cargo, segundo Caio Mase, gerente da Robert Walters do Rio de Janeiro. “Não conheço nenhum gerente de plataforma que não tenha trabalhado de 5 a 8 anos embarcado”, diz ele. Outro ponto que ele destaca é a importância das habilidades de gestão. “Contam mais o conhecimento e o perfil de gestão desse profissional”, diz ele. Comprometimento com o projeto é fundamental, assim como a preocupação com questões de segurança do trabalho, destaca Mase.

Salário: para um profissional de nível sênior pode variar de R$ 25 mil a R$ 35 mil. “ Tem a questão da periculosidade , pelo fato de estarem embarcados, que aumenta o salário também”, lembra o gerente da Robert Walters.

Oficiais de náutica

De acordo com Stefani, este é um gargalo de formação no Brasil. “Os oficiais de náutica são formados pela Marinha e é uma área que não desperta muita atenção dos jovens na época de faculdade”, diz Stefani. Ele ressalta que cada uma das embarcações que fazem o apoio da produção precisa ter oficiais de náutica.

Salário: para um comandante pode passar de R$ 30 mil. “Recentemente fizemos uma posição bem específica de comandante para uma empresa internacional, o profissional selecionado era de nível sênior, tinha 30 anos de experiência, e o salário chegou aos R$ 40 mil.
Fonte: Site Exame

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