domingo, 1 de abril de 2012

Geração Y: 11 lições para nunca esquecer


Nas empresas, é fácil encontrar várias gerações trabalhando juntas. Dos mais velhos de casa, o jovem pode absorver a sabedoria e a experiência

31/03/2012 - 17h49 - Atualizado em 31/03/2012 - 17h49
A Gazeta
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Em um ambiente corporativo, há presença de três tipos de gerações. A primeira, a de baby boomers, é composta por profissionais com mais de 45 anos de idade. A segunda é a geração X, que conta com pessoas entre 30 e 45 anos; e a última, a geração Y, que são aqueles com menos de 30 anos.

As três gerações estão presentes no ambiente corporativo e juntas. Essa junção, muitas vezes, pode gerar conflitos. Mas de que forma é possível os mais jovens aprenderem com os mais velhos? Dizem que quem tem menos de 30 anos deve ouvir mais, ser menos imediatista, perceber que diploma não é tudo e que acordar cedo deixa o dia ainda mais proveitoso.

De acordo com especialistas, os jovens da geração Y são cheiros de ideias, energia e querem crescimento rápido. Já os membros da geração baby boomers têm como principal característica vestir a camisa da empresa, enquanto que a geração X valorizar a carreira e atribui a ascensão à competência.

O responsável pelo escritório da Asap (uma consultoria de recrutamento e seleção de executivos de média gerência) no Espírito Santo, Peter Noronha, diz que agarrar as oportunidades é a principal características dos mais jovens.

De acordo com uma pesquisa feita pela Asap, a principal característica é a resiliência, ou seja, a forma madura e otimista de lidar com mudanças organizacionais.

"Os jovens precisam aprender a ouvir, principalmente para gerenciar a ansiedade. Se por um lado os jovens se adaptam mais a mudanças, por outro são os mais velhos que podem ajudá-los a ter humildade, no sentido de reconhecer as dificuldades, em ouvir o momento da empresa. Além disso, a geração Y quer conquistar o mercado de trabalho. Para isso precisa entender que ele só é conquistado com resultados e formação e que há prazos para que as coisas aconteçam", disse Noronha.

Em contrapartida, ele avalia que os mais velhos podem aprender com a ousadia dos mais novos e com a forma de se reinventar toda hora.

MudançasA gerente de Recursos Humanos da Vale, Carla Diniz, destaca que 25% dos colaboradores da mineradora têm menos de 30 anos e que 25% têm mais de 45 anos. Isso ocorre principalmente na área operacional.

Ela ressalva que a geração Y tem o costume de mudar de emprego constantemente e isso não vai torná-los especialistas em nenhum setor. "Somente com a permanência é possível consolidar a carreira. Na pesquisa de clima, percebemos que os mais velhos são mais engajados e com orgulho de pertencer à empresa", avaliou.

Já o diretor de gente e gestão do Grupo Sá Cavalcante, Rafael Romanhol, diz que não gosta do esterótipo de classificar os profissionais por gerações. Segundo ele, o importante é focar no perfil profissional e aproveitar o que cada um tem de melhor. Romanhol observa que a cultura corporativa da empresa ajuda a quebrar um pouco isso.

"Enquanto os mais antigos têm experiência, os mais novos tem mais mobilidade. A empresa hoje é muito jovem e a média de idade é de 32 anos. Precisamos aproveitar o melhor desses dois profissionais e, com isso, fazer as pessoas chegarem onde querem".

Na opinião da analista de RH da Épura Construtora, os jovens precisam aprender a ter assiduidade, responsabilidade e disciplina com os mais velhos. "É necessário ser comprometido com os valores da empresa", disse.

Além das gerações baby boomers, X e Y, há a geração Z que ainda nem chegou à universidade, mas que já demonstra que terá um comportamento bem diferente dessas que já estão aí. No fim das contas, independentemente da idade, há espaço de mercado de trabalho para todos.
foto: Arte A Gazeta
Arte A Gazeta

Onde os jovens precisam focar

1 - Ouvir mais. 
As relações no mundo corporativo estão menos rígidas e as chances de contestação são relativamente maiores. No entanto, isso não significa que a geração Y está autorizada a não se submeter à hierarquia.

2 - Ser multitarefa com foco.
Lidar com várias atividades ao mesmo tempo virou quase uma regra dentro do mundo corporativo. E muitas pessoas que estão na faixa etária da geração Y conseguem encarar naturalmente essa demanda. É bom lembrar que ser multitarefa também exige disciplina.

3 - Fugir do imediatismo. 
A geração Y não tem muita paciência para esperar. E isso, muitas vezes, se materializa em planos e ambições de carreira com um elevado grau de imediatismo. Inspire-se nos mais experientes para se lembrar que o resultado até pode demorar para aparecer, mas ele aparece. É só preciso persistência e foco.

4 - Diploma não é tudo. 
A geração Y tem focado seus investimentos e esforços em formação. Ponto positivo. Porém, atenção: isso não é tudo. Além de completar a formação, é essencial desenvolver a parte prática.

5 - Diplomas não substituem qualidades comportamentais. 
Outro aspecto fundamental é que as empresas e a sociedade desejam bons profissionais que também sejam boas pessoas. Os mais jovens devem ter a consciência que diplomas são importantes, mas não substituem qualidades humanas. Formação acadêmica e habilidades técnicas são fundamentais, mas caráter e bom comportamento estão falando alto atualmente.

6 - Acordar mais cedo. 
É fato que nem todos das gerações anteriores têm o hábito de começar o dia mais cedo. Mas para os que têm, a opinião é unânime: quanto mais cedo você acorda, mais o seu dia tem potencial para render.

7 - Construa bons relacionamentos. 
A maneira como o jovem se relaciona pode ser a diferença entre o sucesso e o fracasso. Melhorando os seus relacionamentos, a vida fica bem mais leve e agradável. A maneira como nos relacionamos é um grande diferencial atualmente. Independente da carreira, os jovens devem se beneficiar dessa situação.

8 - Defina claramente suas metas. 
As metas proporcionam um senso de direção. Sem metas, boa parte dos jovens tende a andar sem rumo, perdido, reagindo às mudanças sem um sentido claro que deseja alcançar. Estabelecendo metas e priorizando-as, o jovem reforça sua motivação e tem uma fonte de inspiração, que o ajuda a superar os inevitáveis obstáculos que são encontrados.

9 - Comunique-se de forma clara e eficaz. 
Uma das principais características exigidas atualmente é a capacidade de comunicar-se bem. Comunicar-se bem, acima de tudo é ser entendido pelo outro. Para isso, é necessário que os jovens sejam mais claros e simples, escutem bem e adaptem sempre a linguagem ao tipo de público que o estará ouvindo.

10 - Tenha atitude. 
Ter atitude está relacionado ao querer e ao agir, saindo do discurso e indo para a prática. É a capacidade de dirigir a sua própria carreira e ter consciência de que ser competente é atributo de sua inteira responsabilidade.

11 - Mantenha-se atualizado. 
Os jovens devem participar de congressos, cursos e palestras. Além de novos conhecimentos, estará em contato com outros profissionais e sempre podem surgir novas oportunidades e parcerias.
Fontes: Revista Exame e consultor Anderson Rocha.
foto: Arte A Gazeta
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Ansiedade e dificuldade de assumir os erros
O gerente comercial da GS Construtora, Rogério Schirmer, de 46 anos, é chefe da assistente de vendas e contratos Daniela Pires, de 27 anos. Ele observa que a geração Y tem muita urgência em ganhar mais e crescer na carreira. Já Daniela quer continuar progredindo na carreira e aprender cada vez mais. Schirmer ressalta que  Daniela tem um ponto a melhorar, que é característica desta geração: falta controlar a ansiedade. Já a assistente aponta que o chefe dela tem dificuldade na hora de assumir um erro, quando este é apontado pelos mais novos.
análise
Entendam os defeitos e melhorem

Concordo com o Schirmer e é muito interessante entender "defeito" como oportunidade de melhoria. A dica é dar feedbacks constantes para que a Daniela se sinta mais segura e diminua a ansiedade, sendo a ansiedade uma característica marcante dos mais jovens atualmente. A Daniela listou duas qualidades essenciais para quem deseja liderar e que Schirmer possui, que são: comunica-se bem e tem bom relacionamento. É importante que ele tenha consciência que se pode aprender com todos, principalmente com o jovem que traz ideias novas para o ambiente corporativo. Não há nada de mais em escutar os mais jovens quando erramos.

Anderson Rocha 
Consultor de carreira

Temperamento explosivo  e mania de saber tudo
O coordenador de obra do Grupo Sá Cavalcante, Bruno Rigo, tem 24 anos, é engenheiro civil e chefe de Carlos Mufumba, de 50 anos, que faz parte do setor administrativo da obra. Mufumba trabalha no grupo quase que o mesmo tempo que Bruno tem de idade, há 23 anos. Quando ainda era estagiário, Bruno fez questão de cobrir as férias de Carlos. Tudo para ter ainda mais experiência. Ele avalia que o colega é explosivo. Já Carlos chega a conclusão que a principal característica desta geração é achar que sabe tudo tendo apenas experiência acadêmica.
 
análise
Aproveitem a chance de aprender

O Bruno deve aproveitar bastante essa experiência do Carlos, mas deve ter muito cuidado com o seu comportamento explosivo. Esse comportamento pode ser um grande problema, sendo muitas vezes uma das principais causas de desmotivação, descontentamento e conflitos. A dica para o Carlos é se conhecer mais e quando estiver percebendo que está próximo de explodir, respirar mais profundamente e pensar sempre antes de falar. Sair do piloto automático e ter mais consciência de seu comportamento. A experiência do Carlos pode complementar, e muito, a visão acadêmica do Bruno. Para isso é importante que o Bruno melhore sua comunicação e o relacionamento.

Anderson Rocha 
Consultor de carreira

Fonte: A Gazeta 01/04/2012

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