
Para ser voluntário é preciso ter entre 18 e 68 anos de idade, ou 16 e
17 anos de idade – desde que possua autorização do responsável com
firma registrada em cartório. Não há peso mínimo: pessoas com menos de
50 quilos também podem doar após passarem por avaliação médica.
Além disso, o candidato deve ter boa saúde e não precisa estar em
jejum. Caso tenha almoçado, a doação deve ser feita após três horas. E,
se o voluntário for um doador frequente, ele não pode deixar de obedecer
ao intervalo para doação, que deve ser de dois em dois meses para
homens e de três em três meses para mulheres.
Os interessados em doar sangue devem apresentar um documento original
com foto, preencher um cadastro com informações básicas e responder a
um questionário. Em seguida, passam por triagem para examinar os sinais
vitais como pressão, pulso e temperatura.
As cinco unidades que compõem a rede de doação de sangue da Sesa
estão em Vitória, Serra, Colatina, Linhares e São Mateus. Elas são
responsáveis por abastecer 37 hospitais que atendem pelo Sistema Único
de Saúde (SUS) no Espírito Santo.
Onde doar sangue
- Centro de Hemoterapia e Hematologia do Espírito Santo (Hemoes)
Tel. 3636-7900/7920/7921- Avenida Marechal Campos, 1.468, Maruípe,
Vitória. A unidade funciona das 7h às 17h30, de segunda-feira a sábado.
- Unidade de Coleta a Distância da Serra
Tel. 3338-7880/3338-7373. Avenida Eudes Scherrer Souza, s/n (anexo ao
Hospital Dório Silva). Coleta de sangue e cadastro de medula das 7h às
12h30.
- Hemocentro de Linhares
Tel. (27) 3171-4361/4363/4362 – Avenida João Felipe Calmon, 1.305,
Centro (ao lado do Hospital Rio Doce). Coleta de sangue de segunda-feira
a sexta-feira, das 7h às 11h30 horas e cadastro de medula das 7h às 16
horas.
- Hemocentro Regional de Colatina
Tel. (27) 3177-7930 – Rua Cassiano Castelo, s/n, Centro. Coleta de
sangue e cadastro de medula óssea de segunda-feira a sexta-feira, das 7h
às 11h40.
- Hemocentro Regional de São Mateus
Tel. (27) 3767-4135 – Rodovia Otovarino Duarte Santos, Km 02, Parque
Washington. Coleta de sangue e cadastro de medula de segunda-feira a
sábado, das 7h às 12 horas.
Perguntas e Respostas sobre Transplante de Medula Óssea
O que é medula óssea?
É
um tecido líquido-gelatinoso que ocupa o interior dos ossos, sendo
conhecida popularmente por 'tutano'. Na medula óssea são produzidos os
componentes do sangue: as hemácias (glóbulos vermelhos), os leucócitos
(glóbulos brancos) e as plaquetas. As hemácias transportam o oxigênio
dos pulmões para as células de todo o nosso organismo e o gás carbônico
das células para os pulmões, a fim de ser expirado. Os leucócitos são os
agentes mais importantes do sistema de defesa do nosso organismo e nos
defendem das infecções. As plaquetas compõem o sistema de coagulação do
sangue.
Qual a diferença entre medula óssea e medula espinhal?
Enquanto a medula óssea, como descrito
anteriormente, é um tecido líquido que ocupa a cavidade dos ossos, a
medula espinhal é formada de tecido nervoso que ocupa o espaço dentro da
coluna vertebral e tem como função transmitir os impulsos nervosos, a
partir do cérebro, para todo o corpo.
O que é transplante de medula óssea?
É um tipo de tratamento proposto para algumas
doenças que afetam as células do sangue, como leucemia e linfoma.
Consiste na substituição de uma medula óssea doente, ou deficitária, por
células normais de medula óssea, com o objetivo de reconstituição de
uma nova medula saudável. O transplante pode ser autogênico, quando a
medula vem do próprio paciente. No transplante alogênico a medula vem de
um
doador.
O transplante também pode ser feito a partir de células precursoras de
medula óssea, obtidas do sangue circulante de um doador ou do sangue de
cordão umbilical.
Quando é necessário o transplante?
Em doenças do sangue como a Anemia Aplástica
Grave, Mielodisplasias e em alguns tipos de leucemias, como a Leucemia
Mielóide Aguda, Leucemia Mielóide Crônica, Leucemia Linfóide Aguda. No
Mieloma Múltiplo e Linfomas, o transplante também pode ser indicado.
Anemia Aplástica: É uma doença que se
caracteriza pela falta de produção de células do sangue na medula óssea.
Apesar de não ser uma doença maligna, o transplante surge como uma
saída para 'substituir' a medula improdutiva por uma sadia.
Leucemia: É um tipo de câncer que compromete os
glóbulos brancos (leucócitos), afetando sua função e velocidade de
crescimento. Nesses casos, o transplante é complementar aos tratamentos
convencionais.
Como é o transplante para o doador?
Antes da doação, o doador faz um rigoroso
exame clínico incluindo exames complementares para confirmar o seu bom
estado de saúde. Não há exigência quanto à mudança de hábitos de vida,
trabalho ou alimentação. A doação é feita em centro cirúrgico, sob
anestesia, e tem duração de aproximadamente duas horas. São realizadas
múltiplas punções, com agulhas, nos ossos posteriores da bacia e é
aspirada a medula. Retira-se um volume de medula do doador de, no
máximo, 15%. Esta retirada não causa qualquer comprometimento à saúde.
Leia mais sobre a doação de medula.
Como é o transplante para o paciente?
Depois de se submeter a um tratamento que ataca
as células doentes e destrói a própria medula, o paciente recebe a
medula sadia como se fosse uma transfusão de sangue. Essa nova medula é
rica em células chamadas progenitoras que, uma vez na corrente
sangüínea, circulam e vão se alojar na medula óssea, onde se
desenvolvem. Durante o período em que estas células ainda não são
capazes de produzir glóbulos brancos, vermelhos e plaquetas em
quantidade suficiente para manter as taxas dentro da normalidade, o
paciente fica mais exposto a episódios infecciosos e hemorragias. Por
isso, deve ser mantido internado no hospital, em regime de isolamento.
Cuidados com a dieta, limpeza e esforços físicos são necessários. Por um
período de duas a três semanas, o paciente necessitará ser mantido
internado e, apesar de todos os cuidados, os episódios de febre muito
comuns. Após a recuperação da medula, o paciente continua a receber
tratamento, só que em regime ambulatorial, sendo necessário em alguns
casos o comparecimento diário ao Hospital-dia.
Quais os riscos para o paciente?
A boa evolução durante o transplante depende
de vários fatores: o estágio da doença (diagnóstico precoce), o estado
geral do paciente, boas condições nutricionais e clínicas, além, é
claro, do doador ideal. Os principais riscos se relacionam às infecções e
às drogas quimioterápicas utilizadas durante o tratamento. Com a
recuperação da medula, as novas células crescem com uma nova 'memória'
e, por serem células da defesa do organismo, podem reconhecer alguns
órgãos do indivíduo como estranhos. Esta complicação, chamada de doença
enxerto contra hospedeiro, é relativamente comum, de intensidade
variável e pode ser controlada com medicamentos adequados. No
transplante de medula, a rejeição é rara.
Quais os riscos para o doador?
Os riscos são poucos e relacionados a um
procedimento que necessita de anestesia, sendo retirada do doador a
quantidade de medula óssea necessária (menos de 15%). Dentro de poucas
semanas, a medula óssea do doador estará inteiramente recuperada. Uma
avaliação pré-operatória detalhada verifica as condições clínicas e
cardiovasculares do doador visando a orientar a equipe anestésica
envolvida no procedimento operatório.
O que é compatibilidade?
Para que se realize um transplante de medula é
necessário que haja uma total compatibilidade entre doador e receptor.
Caso contrário, a medula será rejeitada. Esta compatibilidade é
determinada por um conjunto de genes localizados no cromossoma 6, que
devem ser iguais entre doador e receptor. A análise de compatibilidade é
realizada por meio de testes laboratoriais específicos, a partir de
amostras de sangue do doador e receptor, chamados de exames de
histocompatibilidade. Com base nas leis de genética, as chances de um
indivíduo encontrar um doador ideal entre irmãos (mesmo pai e mesma mãe)
é de 25%.
O que fazer quando não há um doador compatível?
Quando não há um doador aparentado
(geralmente um irmão ou parente próximo, geralmente um dos pais), a
solução para o transplante de medula é fazer uma busca nos registros de
doadores voluntários, tanto no REDOME (o Registro Nacional de Doadores
Voluntários de Medula Óssea) como nos do exterior. No Brasil a mistura
de raças dificulta a localização de doadores compatíveis. Mas hoje já
existem mais de 12 milhões de doadores em todo o mundo. No Brasil, o
Redome tem quase 3 milhões de doadores.
O que é o REDOME?
Para reunir as informações (nome, endereço,
resultados de exames, características genéticas) de pessoas que se
voluntariam a doar medula para pacientes que precisam do transplante foi
criado o Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome),
instalado no Instituto Nacional de Câncer (INCA). Um sistema
informatizado cruza as informações genéticas dos doadores voluntários
cadastrados no Redome com as dos pacientes que precisam do transplante.
Quando é verificada compatibilidade, a pessoa é convocada para realizar a
doação.
Doação de Medula Óssea
O número de doadores voluntários tem
aumentado expressivamente nos últimos anos. Em 2000, existiam apenas 12
mil inscritos. Naquele ano, dos transplantes de medula realizados,
apenas 10% dos doadores eram brasileiros localizados no Redome. Agora há
2 milhões e 900 mil doadores inscritos e o percentual subiu para 70%. O
Brasil tornou-se o terceiro maior banco de dados do gênero no mundo,
ficando atrás apenas dos registros dos Estados Unidos (5 milhões de
doadores) e da Alemanha (3 milhões de doadores). A evolução no número de
doadores deveu-se aos investimentos e campanhas de sensibilização da
população, promovidas pelo Ministério da Saúde e órgãos vinculados, como
o INCA. Essas campanhas mobilizaram hemocentros, laboratórios, ONGs,
instituições públicas e privadas e a sociedade em geral. Desde a criação
do REDOME, em 2000, o SUS já investiu R$ 673 milhões na identificação
de doadores para transplante de medula óssea. Os gastos crescerem
4.308,51% de 2001 a 2009.
Onde posso me inscrever para ser um doador voluntário de medula?
É possível se cadastrar como doador voluntário de medula óssea nos
Hemocentros
nos estados. No Rio de Janeiro, além do Hemorio, o INCA também faz a
coleta de sangue e o cadastramento de doadores voluntários de medula
óssea de segunda a sexta-feira, de 7h30 às 14h30, e aos sábados, de 8h
às 12h. Não é necessário agendamento. Para mais informações, ligue para
(21) 3207-1064.
Quantos hospitais fazem o transplante no Brasil?
São 61 centros para transplantes de medula
óssea e 17 para transplantes com doadores não-aparentados: Hospital de
Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais, Real Hospital
Português de Beneficência em Pernambuco, Hospital de Clínicas da
Universidade Federal do Paraná, Hospital Universitário Clementino Fraga
Filho (UFRJ), INCA, Hospital das Clínicas Porto Alegre, Casa de Saúde
Santa Marcelina, Boldrini, GRAAC, Escola Paulista de Medicina - Hospital
São Paulo, Hospital de Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão
Preto (USP), Hospital AC Camargo, Fundação E. J. Zerbini, Hospital de
Clínicas da UNICAMP, Hospital Amaral Carvalho, Hospital Israelita Albert
Einstein e Hospital Sírio Libanês.
Quantos transplantes o INCA faz por mês?
A média é de dois transplantes com doadores
não-aparentados. Mensalmente são realizados sete transplantes do tipo
autólogo (de uma pessoa para si mesma) e com doador aparentado.
O que a população pode fazer para ajudar os pacientes?
Todo mundo pode ajudar. Para isso é preciso
ter entre 18 e 55 anos de idade e gozar de boa saúde. Para se cadastrar,
o candidato a doador deverá procurar o hemocentro mais próximo de sua
casa, onde será agendada uma entrevista para esclarecer dúvidas a
respeito das doações e, em seguida, será feita a coleta de uma amostra
de sangue (5 ml) para a tipagem de HLA (características genéticas
importantes para a seleção de um doador). Os dados do doador são
inseridos no cadastro do REDOME e, sempre que surgir um novo paciente, a
compatibilidade será verificada. Uma vez confirmada, o doador será
consultado para decidir quanto à doação. O transplante de medula óssea é
um procedimento seguro, realizado em ambiente cirúrgico, feito sob
anestesia geral, e requer internação de, no mínimo, 24 horas.
Saiba mais.
Importante: um doador de medula óssea deve manter
seu cadastro sempre atualizado. Caso haja alguma mudança de informação,
preencha este
formulário.
REDOME - Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea
Rua do Resende, 195, térreo - Centro - Rio de Janeiro / RJ
Telefone: (21) 3207-5238
e-mail:
redome@inca.gov.br
http://www.eshoje.jor.br/